A música é a médium da harmonia e a harmonia é a lei que governa o Cosmos.

A música tem duas vezes o poder da oração, segundo SANTO AGOSTINHO. Onde a oração não consegue atingir o objetivo, a música o faz com mais eficiência.

De modo que, quando nos colocamos como medianeiros de nossas próprias consciências e da harmonia do universo, esses eflúvios conscienciais que emanamos, ao atingirem o plano mental, transformam-se em múltiplas cores. As cores, ao toque das nossas emoções e sentimentos nobres, transformam-se em vibrações. As vibrações transformam-se em sons que se propagam através do ar, chegando na “cortinazinha” que divide o ouvido externo e o ouvido médio, chamada tímpano.

Dependendo da sensibilidade e da educação do tímpano, registramos a mensagem, conforme foram endereçadas pelos musicistas e, se encontrar a harmonia no martelo, na bigorna, no estribo, vai arremessar essa informação para o ouvido interno e dependendo do labirinto dos super sufis cílios, pode projetá-la para o ínfimo da estrutura cerebral e embarcar na glândula pineal, viajar pelas emoções, pelos nossos pensamentos, pacificar a própria mente e terminar na essência de nossa própria consciência.

Quando vem de lá para cá – o que chamamos de gratidão –, então aplaudimos, ou seja: o aplauso é nossa gratidão por sermos agraciados pela música que, no processo terapêutico, a 5ª SINFONIA DE BEETHOVEN por exemplo – levada a efeito em experiências em laboratório – tem o poder de dizimar um terço das células cancerígenas, deformar o segundo terço e – por minha conta – “botar o terceiro para correr”, porque quem vê um terço de sua família morrer e outro terço ficar deformado, no mínimo, sai na carreira – falando de experiência própria.

Músicas como AS QUATRO ESTAÇÕES DE VIVALDI – verdadeiras obras primas – a 9ª SINFONIA DE BEETHOVEN até a 10ª – incompleta – O BOLERO DE RAVEL, nos auxiliam na cura de todas as doenças. Qualquer música que traga uma melodia harmoniosa, uma letra com conteúdos enobrecedores e principalmente, interpretada por corações amoráveis, carreiam, para dentro do nosso psiquismo, referências para que possamos desentulhar nossas mentes e começar a pensar diferente.

Texto baseado em trecho da palestra de SEBASTIÃO CAMARGO em Anápolis/GO, com o tema Criações Mentais, em 10 de agosto de 2019.